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Emma Goldman

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Situação Delicada em Minas Gerais: Despejos, assassinatos, limpeza urbana e Fortificação da Resistência

Tempos terríveis e instáveis para mais de 3 mil famílias em Belo Horizonte e região metropolitana. O MP já deu o aval para a polícia militar expulsar milhares de pessoas de suas casas, com o intuito de dizimar as diversas ocupações populares existentes em BH.

Mulheres, crianças, idosos, homens, jovens, estão em condições de segurança extremamente instáveis, uma vez que o choque da PM pode, a qualquer momento, inicializar o massacre. E estas pessoas, como já foi dito no manifesto do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações - BH, "estão dispostas a doarem suas vidas para não abrir mão de sua dignidade".

As condições primárias de vida devem ser sobrepostas a quaisquer interesses externos existentes, não importando de qual natureza o sejam. Moradia, saúde, alimentação, educação e sobretudo DIGNIDADE são os pontos cruciais para a manutenção de uma sociedade sadia. "O direito à moradia e à segurança da posse está acima do direito de propriedade, sobretudo quando o direito de propriedade é exercido em prejuízo da coletividade", é o que expõe claramente o manifesto do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações - BH. Institucionalmente também estão garantidas essas premissas, todavia vemos claramente que, um papel com inscrições e leis românticas e maravilhosas de fato não tem muito importância quando interesses econômicos estão em jogo.

Mas o clima para os trabalhadores e toda a população não está vulnerável somente nas ocupações. Belo Horizonte está descaradamente sitiada, institucionalizou-se uma política fascista de higiene social, repressão a movimentos sociais, censura, perseguições, assassinatos, etc.

Que listemos alguns dos principais tentáculos dessa política algoz do Estado e da prefeitura:

A questão dos atingidos pela copa, que, além de outras milhares de famílias desapropriadas sem casa, as medidas "higienizadoras" começam a ficar mais presentes e violentas;

A questão da repressão aos artesãos da praça 7, que é um terror cotidiano na principal praça de Belo Horizonte. Policiais batem, reprimem e prendem artesãos enquanto fiscais da prefeitura roubam e destroem os trabalhos expostos. Um núcleo de resistência foi criado e que está alcançando importantíssimas vitórias na Assembleia Legislativa;

O prefeito e empresário Márcio Lacerda está tentando acabar com eventos culturais populares e autônomos, como o RAP toda sexta debaixo do Viaduto Santa Tereza;

Este mesmo prefeito tem objetivo acabar com a feira hippie, uma grande feira popular que ocorre todo domingo na Av. Afonso Pena. Esta medida iria abalar a estrutura financeira de milhares de pessoas que precisam da feira para se sustentarem;

Outra meta do prefeito que chegou a ser promulgada é a proibição de eventos de qualquer natureza na Praça da Estação. Isso ficou claro que o Márcio Lacerda deseja acabar com manifestações publicas em praças, criminalizando, assim, de uma maneira indireta, os movimentos sociais;

Enquanto isso, o governador Antonio Anastasia dando aval a isso tudo. Bem, já que chegamos ao governador, aqui vai uma breve dos reflexos de sua política:

Os professores de MG estão em greve por mais de três meses pois o governador não acata a lei federal do piso salarial, chegando a pagar míseros R$360,00 para professores;

O governador investe dinheiro público em propagandas para difamar a greve dos professores, MENTINDO que paga o piso salarial e manipulando informações para a população ser contra a greve;

E para piorar, está inicializando uma rotina de perseguições a professores grevistas todos os dias, sendo ameaçados e até atacados fisicamente, fora os telefones grampeados.

Isso tudo está resultando num maior envolvimento de todos os movimentos sociais, o que podemos ver claramente em assembleias dos professores. Nestas, não somente a categoria está presente, ela conta com milhares de outras pessoas, movimentos e categorias que estão se solidarizando com a luta dos professores, e estão se unindo contra as descaradas medidas fascistas do estado e da prefeitura. Nota-se claramente que a população está insatisfeita: em um mês várias manifestações com no mínimo 5 mil pessoas (algumas chegando até 15mil) estão sendo realizadas em Belo Horizonte.

Mesmo com o fim da greve (que chegue ao fim quando conquistarem o objetivo principal!), as outras dezenas de problemas sociais e econômicos imediatos continuarão sendo uma ferida aberta propícia para uma revolta mais quente da população. A porta da rebelião geral está aberta, é questão de tempo para ela se realizar. Apenas um simples gesto truculento a mais do governo / prefeitura para desencandear lutas mais intensas.

A história se encarregou de acumular a lenha, e os "senhores" estão fazendo questão de, sentados nestas lenhas, brincar com fogo. Quando a chama ascender, que cresça e queime de uma vez por todas a dominação social que sempre atordoou os trabalhadores e os pobres.