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Emma Goldman

domingo, 23 de agosto de 2009

Raul Seixas, te amo!

Em qualquer lugar ela esperava por ele. Sim, provou o gosto estranho, que tanto não desejava ao mesmo passo que queria, do beijo dela, que tanto detesta ao mesmo passo que tanto lhe ama! Demore, demore! Poderia demorar mais 20 anos, para que hoje eu possa também, quem sabe, ao menos teria oportunidade, de também poder vê-lo, poder, ao menos, despedir pela última vez, mesmo que seja somente uma vez.

Será que ela esperou seu último copo de wiskey, dom RaulziJustificarto?

Caso sim, caso não, dia 21 de agosto de 1989, a Morte, que matas o gato, o rato, matou o homem. Garanto que, o segredo desta vida, vestiu com a mais bela roupa, vestida de Cetim, quando lhe buscou.

Raul, teu corpo fora cremado tal como sua inteligência fora eternizada; suas cinzas alimentaram a erva, tal como tuas músicas enlouqueceram e alimentaram outro homem como você.

Raul Santos Seixas, arrepio com cada palavra pronunciada por sua boca. Por detrás de tuas palavras, não somente palavras, existe todo um sentimento boêmio, inteligente, embreagado, sarcástico, audácio, revolucionário, delirante e apaixonador. Tua voz é sinônimo de extase sentimental; tua inteligencia é estimulante para entender, entender, não decorar, teus pensamentos e podermos, depois, estarmos cantando junto com você, mesmo fisicamente distante de nós.

Escuto tua voz e sinto um sentimento único, inexplicável, como se você fosse bastante ínitmo à mim; você me completa por excelência. Sinto que você diz um segredo para mim, de louco para louco, de bêbado para bêbado, e, tão audácio, consegue declamar e dissertar absolutamente tudo aquilo que pensa e deseja dizer baseando nas maiores e mais escandalosas manifestações de tua inteligência para meu humilde poder de raciocínio compreender.

"[i]e que a erva alimente outro homem, como eu[/i]", ah, se eu pudesse gritar, gritaria! Ou até mesmo representar um sentimento explêndido de qualquer forma, representaria! Estudo-te e sinto um orgasmo mental, em, além de compreender-te, lhe conhecer cada vez mais, e, cada vez mais, saber que és tão humilde!

Converso com ti mesmo sabendo que não posso te ver mais, digo, nunca pude, tampouco pude conversar! Mas o sentimento de intimidade é tamanho, que sinto essa relação direta!

Nunca lhe vi, lhe conheci 18 anos depois de sua morte. Completa-se, então, 20 anos da ausência física de ti, dom raulzito.

Faça, agora, com 20 anos onde estás, o mesmo que fez aqui e CONTINUA fazendo. Revolucione.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Indústria do Medo

Métodos coercivos bem nítidos; Inquisição; "os bárbaros irão saquear as cidades, fujam!", então, logo procura-se um feudo onde haja segurança e, mesmo que gaste todos os esforços trabalhando pelo enriquecimento do senhor feudal, há a garantia de vida e, mesmo que podre, há a alimentação; "Cuidado ao pensar em malícias demoníacas sexuais, homem, a mulher é o pecado! Almeje-a e o inferno lhe aguarda!"; feminino, palavra que significa pouca fé, ou seja, mulher, objeto de perdição diante de Deus; etc. Sim, digo-lhe sobre a Idade Média.

Homicídios, roubos, furtos, esquartejamentos, sequestros, ganância. Há quem diga que é um resumo daquilo que ocorre nos dias de hoje, todavia não passa de uma declaração extremamente completa e objetiva.

Qual a semelhança? Embora ações diferentes, há, por trás de tudo, um sentimento único, que possibilita toda a conservação social. O medo.

A indústria mais antiga é a Indústria do Medo, onde criam mecanismos capazes de exercerem um gigante controle sobre toda a população mantendo a "ordem", que, aparentemente, é mantida pelas leis. Há mais de 1000 anos fora criada. Nunca mais fora destruída por completo, apenas modificada e com sempre novos conhecimentos agregados.

Estes mecanismos avançados, na Idade Média, eram mantidas pelas elites, dentre os quais engenheiros eram o Clero (Igreja Católica), a nobreza e os senhores feudais, com o objetivo de manter conservado o servo em suas respectiva posição social. Existia todo um trabalho pré-estabelecido, tal como qualquer máquina, que estava encarregadi de deturpar ideias cristãs e criar novos valores morais para o mantimento da ordem social.

Por via das dúvidas, os grandes engenheiros desta gigante fábrica criaram um mecanismo especial para repor alguns erros de fabricação na área responsável pela introdução dogmática e doutrinária sobre os servos: a Inquisição. Erros os quais eram considerados "pecado", algo que, caso a máquina detectasse, aquele servo teria seu destino traçado ao fogo, elemento programado como "purificador" diante das Escrituras.

Mas que fantástico! A Indústria do Medo estava programada para realizar, vezes ou outras, tais erros, pois, faziam parte do mantimento do objetivo central da indústria, o temor! Apenas com a ação e a realização da punição que o temor se estabeleceria diante do povo, então, que façamos sofrer! Então, que façamos pecar!

Há nesta fábrica também uma área, criada, logicamente, e quase que exclusivamente, pelos senhores feudais, que era responsável pela produção e reprodução periódica de saques e assassinatos de um povo dito "inferior", cujo nome haveria de ser bastante sugestivo, Bárbaros! Ah, mas que desgraça! Homens inferiores enlouquecidos e sádicos atacando cruelmente as populações nas cidades! Agora, a função é levar mais e mais pessoas receosas aos feudos, para ali obterem segurança e, todavia, trabalhar exaustivamente àquele que lhe concebe segurança. Mais uma peça prefeita da fantástica fábrica de 1000 anos.

Devemos recordar da máquina responsável pela criação do pecado diante do pensamento humano, tal como pensar em sexo? Aliás, aqui já acabamos de lembrar. Tocais, ou mesmo, pensastes em mulher, sexo, que será queimado e terá como destino o inferno!

Mas esta fábrica, com mais outros milhares de recursos de variadas escalas e importâncias dentro da conservação do medo, como já foi dito, sofre alterações, e, às vezes é violentamente atacada. Mas qual será o motivo dos ataques? Se fora violentamente atacada mais de uma vez, porque não se destruiu? Será o erro da fábrica? Mas não é perfeita?

Erro da fábrica!? Nunca. Mas erro de quem a mantém. Se, neste espaço histórico fora o Clero (Igreja Católica), a nobreza e os senhores feudais aqueles encarregados de lhe manter, sim, a culpa fora deles. Administração de um gigantesco e complexo mecanismo como este, realmente, não é fácil, mesmo este podendo suprir-se até com seus próprios erros.

A fábrica se destruir? A fábrica se alimenta de seus erros como também se alimenta da queda dos seus respectivos administradores. É uma fábrica, uma indústria do medo, e, com a reação de pessoas que lhe foram alvo àqueles que lhe administram, nasce, pois, o medo; o medo, sentimento que faz nascer o poder e o controle; faz nascer o medo naqueles que administram.

O medo criado àqueles administradores é sim capaz de reverter a situação social hierárquica e fazer aqueles então alvos tornarem então os controladores. Porém estes não têm noção, inteligência, tampouco capacidade de gerir uma indústria como esta. O que então se sucede? A queda dos administradores. Eis que vem, então, os melhores capacitados, agora experientes em virtude da última queda, e tomam-lhe a gestão, a administração. Nasce um novo ciclo, com novas peças, novos planos, nova organização, mas mesmo objetivo: fazer reinar o medo.

Nos nossos tempos, milênio e séculos de existência da indústria, depois de vários administradores que caíram, estamos-nos aqui, com uma novidade: quem gere, quem organiza e administra a indústria, é o próprio alvo.

Absolutamente todas as classes sociais, todas as pessoas, absolutamente toda a população vive sob medo e tensão, e, estas mesmas, como administradoras, criam mecanismos para se aconchegarem, se acostumarem como podem nesta realidade.

Agora sim podemos dizer que não haverá mais alternância de gestão? Agora sim, poderemos, com certeza, dizer que chegamos no nível máximo de alcance dos objetivos da indústria? Não podemos dizer nada. Oras, vivemos pela indústria, decisões e pensamentos nossos são produtos da indústria. Não comandamos a indústria; a indústria nos comanda. O medo nos gere. O medo nos torna apáticos, sem vontade e coragem para tomar alguma, qualquer que seja, atitude.

Medo mascarado de ordem e organização social, controle e opressão mascarados de segurança.

Um Pouco Sobre Comunismo Libertário - Resumo Introdutório

Consideramos, pois, um texto bastante resumido sobre o tema. Logo, as informações aqui presentes não são únicas e todas que se podem obter sobre o assunto.

Comunismo (ou mesmo socialismo, que aliás, melhor se aplica aqui) libertário é a vertente anarquista da tradicional esquerda proletária, compreendendo-se como tradicional esquerda proletária o real socialismo nascido na primeira metade do século XIX com a ascensão do industrialismo e do pensamento liberal e capitalista burguês.

Apartir de então, os trabalhadores, extremamente humilhados e explorados nas fábricas, algo, digamos, "novo" para o ser humano, com seu primeiro contato com as fábricas e as consequencias do ideal burguês, se rebelaram e começaram a defender a sobrevivência de sua classe e também os anseios coletivos.

Nasceu, logo, o socialismo, ideal trabalhador que visava a socialização dos meios de produção, tornando-os posse de todos os trabalhadores, para pôr fim à exploração do patrão e das desigualdades sociais. Já no final da primeira metade e início da segunda metade do século XIX, Karl Marx, um tradicional socialista, chegou à conclusão que era necessário para a emancipação proletária os trabalhadores tomarem o Estado e fazer deste arma para a revolução. O objetivo então obteve o nome de "comunismo", e a transição, fase estatal, "socialismo".

Alguns muitos socialistas discordaram das teses marxistas e, então, desenvolveram o socialismo libertário, com os mesmos objetivos, porém sem a intevernção estatal, considerando isto não mais uma arma revolucionária, pelo contrário, um grande obstáculo para a emancipação.

Com o decorrer do tempo, o ideal socialista marxista, ou mesmo apenas socialista, fora aplicado no campo reformista, isto é, muitos socialistas passaram a acreditar que a conquista do Estado seria mais viável por via das eleições, distanciando-se mais ainda com o ideal revolucionário. Apartir de então, muitos oportunistas declararam-se socialistas apenas para lutar pelo poder politiqueiro.

E, enquanto isso, como não poderia ser corrompido por gananciosos, em virtude de não ter nenhuma relação com poder, o socialismo libertário continuou com a luta proletária (isso não implica que o socialismo marxista não tenha continuado também com a luta proletária), porém com ideais de liberdade, autogestão e democracia direta como base a horizontalidade (sem nenhum nível hierárquico).

Desde o final do século XIX até os dias de hoje, com as tentativas de prática socialista marxista, tal como URSS, Cuba, Espanha (mesmo este não sendo um país de grande movimentação socialista marxista) e até mesmo no Brasil com o PCB, os então líderes socialistas oprimiram bastante os libertários, atacando-os violentamente oprimindo e desestruturando o movimento operário anarquista. Na URSS Trotsky, Lênin e Stálin tiveram (ao menos) este ponto em comum, oprimir o exército makhnovista do sul do país; Em Cuba, ao tomar o poder, Fidel iniciou uma dura represália ao então fortíssimo movimento operário socialista libertário; na Espanha os marxistas estavam no poder com uma política instável e vulnerável à ataques reacionários e fascistas de Franco, então os anarquistas (mais de um milhão de operários) tomaram as fábricas e várias cidades espanholas implantando a autogestão com receio de Franco atacar, o que aconteceu e resistiram mais de um ano (em meio à autogestão operária resistiram ao fascismo, nazismo, capitalismo, Igreja e ao socialismo da URSS); no Brasil, o maior movimento operário, desde seu início até a década de 30 era o anarcossindicalismo, quando, com a criação do PCB e o nascimento do Estado Novo fora oprimido violentamente tornando-se totalmente fraco; dentre outros fatos.