"VOCÊ NÃO QUER VER, NÃO QUER ESCUTAR E MUITO MENOS FALAR"
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Emma Goldman

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Comemorações?


"Não haverá Natal neste ano, a Virgem Maria teve um aborto" Esta foi uma citação dos rebelados gregos, principalmente em repúdio ao assassinato de Alexandros Grigoropoulos, mas também contra a repressão policial, o fascismo estatal, e a exploração do capitalismo.



Uma onda de revoltas e confrontos violêntos explodiu na Grécia, durando por mais de 15 dias.



No México, outro manifestante anarquista foi assassinado pela opressão Estatal.


Como comemorar, em meio à opressão, exploração, e assassinato?



Israel, marionete dos Estados Unidos, está cada vez mais oprimindo a Palestina, e há dois dias, com a velha desculpa de que o Hamas, que é um grupo terrorista de RESISTÊNCIA contra o imperialismo Israelita, o atacou, começou com uma repressão imensa sobre o povo palestino, que tanto luta pela sua emancipação, desde o término da Segunda Grande Guerra (quando a ONU decretou a divisão de áreas para judeus - Israel - e para o povo que la vivia).


Hoje não é mais uma briga de povos, de cultura, religião, e sim econômica e política. Os Estados Unidos, que em sete de setembro de 2001 planejou o suposto atentado às Torres Gêmeas e outras áreas para ter uma desculpa para invadir o Iraque e Afeganistão em busca do petróleo (além do ouro que estava guardado nas Torres um dia antes ter sumido, que somava mais de um bilhão de dólares), está usando o Israel de marionete para o ataque aos países visinhos. Assim como a Inglaterra fez com Portugal, logo após da descoberta das américas (usando Portugal ao seu favor, e depois jogá-lo na miséria e dependência econômica - altas dívidas -), os Estados Unidos estão usando Israel para atacar os países visinhos, almejando a fraqueza de tais países, para instalar o imperialismo estadunidense na região e a hegemonia do petróleo.


Em virtude dessas ambições econômicas e políticas o mundo está vivendo uma catástrofe, está como um trem sem freios ao precipício, ao abismo, e somente tal queda vertinosa será sentida pelo povo conformado, mas será tarde demais. Hoje, se preocupam com o natal, o ano novo. Amanhã, com o carnaval. Depois, com o aniversário, páscoa, dia dos pais, dos namorados, dia das borrachas amarelas, dia dos discos quebrados, etc...


LIBERDADE À PALESTINA! PALESTINA LIVRE!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

[GRÉCIA] Carta de Solidariedade de Estadunidenses

Carta de solidariedade ao povo grego rebelado



Estamos escrevendo como um grupo de cidadãos mundiais para lhes dizer que estamos tristes por outro assassinato policial de um jovem, Alexis Grigoropoulos. Não vemos isto como um incidente isolado por um "Bad cop" (policial ruim) mas como o resultado direto de uma força opressiva e repressiva do estado e da polícia. O assassinato de Alexis provocou um incêndio na Grécia e tem tocado muitos países em todo o mundo. Nós estamos animados pela resposta dos nossos camaradas gregos e escrevemos esta carta em apoio ao que se tornou em grande escala uma revolta popular na Grécia, com o apoio de todo o mundo. Aplaudimos os seus princípios e seus objetivos - os próprios policiais e as instituições estatais criam e alimentam o sistema de violência e opressão que aplicam [1]. Vamos fortemente estar ao lado, independentemente do modo que pudermos, com o povo grego, que estão a fazer suas vozes serem ouvidas. Essa luta não pertence à Grécia sozinha. Os problemas da Grécia são problemas de uma ordem mundial capitalista profundamente repressiva.



O que está acontecendo nas barricadas gregas está acontecendo em outros locais e em todo o lado. Esperamos que o frutos de nossas lutas e revoltas tragam um mundo melhor e mais justa para todos. O tempo virá e as pessoas não irão recuar.





Em solidariedade:





O Clube Social Alexander BerkmanAK Press

"AK Press

PM Press"



Katharine Wallerstein

Devin Hoff

Paul Dalton

Chris Carlsson

Roxanne Dunbar-Ortiz

Chuck Morse

David Barkham

Cindy Milstein



Revolutionary Autonomous Communities (Comunidades Autônomas Revolucionárias)



Cop Watch Los Angeles - Guerrilla Chapter



Notas:



[1] O trecho ao ser traduzido não passou certa confiança, então me coloquei na liberdade de traduzi-lo passando a idéia de uma maneira diferente. Veja o trecho real:
"We applaud its principles and its targets - the police themselves, and the state institutions that create and feed the system of violence and oppression that they enforce."

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

"Não haverá Natal neste ano, a Virgem Maria teve um aborto"

[Manifestação pela libertação dos presos e presas; fim as ocupações; bancos e lojas incendiadas; bomba à sede de partido de extrema direita. Esses fatos marcaram o 19º dia de protestos na Grécia, desde a morte do adolescente Alexis Grigoropoulos, no último dia 6, assassinado a tiros por um policial.]



Em Atenas, na véspera de Natal (24), milhares de pessoas participaram da passeata pela libertação e em solidariedade com todos os detidos e presos durante os protestos que aconteceram na Grécia desde a morte do jovem Alexis pela polícia, que provocou no país um dos tumultos mais sérios das últimas décadas. A manifestação foi pacífica e percorreu as ruas centrais e comerciais da capital.



Houve alguma tensão quando os manifestantes passaram em frente da Catedral de Atenas. Mas apenas aconteceram pichações nas colunas de mármore do edifício e lemas foram gritados contra a igreja e os sacerdotes. Um dos motes mais ecoados foi: "sacerdotes, ladrões, pedófilos". Uma bandeira grega foi queimada.



Depois da agitação, os funcionários da catedral cancelaram uma atividade natalina que estava programada para acontecer.



"Não haverá Natal neste ano, a Virgem teve um aborto", foi uma das frases mais pichadas ontem pelo centro de Atenas.



As palavras de ordem gritadas durante o protesto foram muito originais e não só contra o Estado nem contra os policias, mas também contra o consumismo e esses que continuam fechando os seus olhos para os acontecimentos e foram fazer suas compras de natal, como nada tivesse acontecido.



Temendo uma investida dos manifestantes, a polícia de choque isolou o quarteirão central de Syntagma para proteger a árvore de Natal, a principal da capital, que substitui uma queimada por manifestantes há duas semanas.



O protesto acabou sem muitos incidentes, apesar da forte presença das forças policiais gregas.



Fotos: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=955388



Presos e presas



As pessoas que foram detidas e agora estão em prisão, esperando julgamento (que pode durar vários meses), soltaram um comunicado ontem (24), que concluía: "Podem prender os nossos corpos, mas nossas mentes e espírito estão livres e lutando com os que estão fora".



Fim as ocupações, mas a luta continua



Na Universidade Politécnica houve uma nova assembléia, depois da manifestação. A assembléia decidiu acabar a ocupação (mas não a luta) à meia-noite.



Os ocupantes da Universidade Econômica (ASOEE) também decidiram acabar a ocupação.



Ambas as ocupações (junto com a Faculdade de Direito) foram mantidas por 18 dias, e apesar dos ataques freqüentes dos policiais e da imprensa, teve uma parcela de participação muito grande nas revoltas.



Assembléias populares convocaram as pessoas a participarem da manifestação do dia 27, sábado, pela libertação das pessoas presas.



Mais ações



Em Ptolemaida, uma árvore de natal (como aconteceu em Loannina) foi decorada com fotos de Alexis e mensagens de protestos.



Fotos: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=955106



Na ponte de Gorgopotamos, uma faixa grande foi pendurada, com o escrito: "Ficar sentando no seu sofá é cumplicidade".



Fotos: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=955036



Sede do LAOS é atacada



Um grupo de anarquista chamado ?Insurreição Incendiária Noturna?, assumiu a responsabilidade por um ataque à bomba contra uma sede do partido grego Aliança Popular Ortodoxa (LAOS), no subúrbio de Alimos, no litoral, durante as primeiras horas desta quinta-feira (25). O explosivo caseiro, feito com várias latas de gás, causou estragos na sede deste partido de extrema-direita, mas nenhuma pessoa ficou ferida.



Lojas, bancos e um edifício do governo incediados



Três concessionárias estrangeiras de automóveis, uma agência bancária e um edifício do governo foram incendiados na madrugada desta quinta-feira (25) em Atenas.



O primeiro ataque ocorreu contra a entrada de um banco no bairro Palio Faliro, zona sul da capital. Anarquistas explodiram uma bomba feita com um butijão de gás e destruíram parte da agência.



Duas horas depois, anarquistas atiraram latas de gás em três carros de uma concessionária da Citroën, no centro de Atenas.



Três carros da concessionária da Opel (marca da GM) também foram atingidos.



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agência de notícias anarquistas-ana



urubus desenham

no teto cinza da tarde

lentas espirais




Zemaria Pinto

Quarta-feira na Grécia

Grande manifestação de solidariedade com os presos através do principal distrito comercial.
As ocupações dos edifícios universitários estão acabando e mais ações estão programadas.



Hoje:



Demonstração de solidariedade com os presos nos atos de dias passados foi chamado por anarquistas, mas outras pessoas se aderiram ao movimento no seu decorrer. Cerca de 2000 pessoas participaram. A manifestação foi poderosa porém pacífica e passou na maior rua comercial de Atenas (Ermou), chegou a praça Sintagma e retornaram ao início com outra rota.



Houve alguma tensão quando os manifestantes passaram fora da Catedral de Atenas, mas, uma vez que foi decidido que esta seria uma manifestação pacífica, apenas símbolos foram marcados sobre o edifício e também houveram gritos de guerra contra a Igreja e os sacerdotes. Os manifestantes seguiram mas eles não se atrevem a chegar perto ou atacar na manifestação.



As frases que foram gritadas durante o protesto foram bastante originais, e não apenas contra o Estado ou a policia, mas também contra o consumismo e os que fecharam os olhos ao movimento e passaram a fazer suas compras de Natal.



Fotos: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_...55388



Aqueles que agora estão na prisão aguardando julgamento (o que pode demorar vários meses) emitiram uma declaração hoje, no qual se conclui: "o nosso corpo pode ser preso, mas a nossa mente e espírito estão ainda com eles lutando lá fora".



Na Universidade Politécnica houve uma nova reunião hoje, após a demonstração. A montagem decidiu pôr fim à ocupação (mas não a luta) à meia-noite. Os ocupantes do Comitê Econômico universidade (ASOEE) também decidiram pôr fim à ocupação e deixou o prédio esta tarde para participar da manifestação. Ambas as ocupações foram mantidos por 18 dias e apesar dos freqüentes ataques pela polícia, jogou uma grande parte à revolta. A luta ainda não acabou e ambas as assembléias chamaram todos para participar da manifestação do dia 27 já chamado pela assembléia dos ocupantes do edifício GSEE alguns dias atrás.



Em Alimos (Atenas), os cidadãos assumiram o sistema de som que foi definido para reproduzir músicas e Natal para ler comunicados e suas demandas sobre os recentes acontecimentos, tais como a imediata libertação dos presos, o desarmamento da polícia, dissolução de esquadrões revolucionários e o fim da lei anti-terrorismo.



Em Volos, a estação de rádio municipal foi ocupado para falar sobre os acontecimentos e as demandas.



Em Lesvos, manifestantes criaram um sistema de som no centro da cidade e transmitiram as mensagens.



Em Ptolemaida, uma árvore de Natal tal como a de Ioannina foi decorada com fotografias de Aléxis, dos protestos e também das demandas.



Fotos: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_...55106



Na ponte de Gorgopotamos (famosa por ter sido explodida por partidários durante a segunda Guerra Mundial, para cortar os fornecimentos nazistas) penduraram uma grande faixa escrita: "a sua tolerância através do seu sofá é cumplicidade"



Fotos: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_...55036



Sobre o incidente do tiroteio contra a van da polícia, mais notícias que foram liberadas mostram claramente que este foi um ato provocador. A polícia, após executar testes balísticos afirmou que os tiros foram disparadas por dois AK-47s não apenas um! Eles também dizem que o ataque teve lugar a partir de uma velha sala de dentro do campus que tinham sido ocupados por estudantes há alguns meses e foi utilizado para projetos tais como a construção de geradores eólicos, reuso de materiais, a utilização de software open source, etc.



Devido aos acontecimentos da semana anterior todos os eventos planejados foram adiados e o prédio do campus não tenha sido utilizado durante semanas. Ambos os fatos criam mais suspeitas à todos sobre os motivos do ataque.


BPI / NGR - BPI - Biblioteca Pública Indepedente / Notícias da Grécia Revolucionária

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Traduzido por: Paulo Afonso

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Apesar da aparente trégua, os protestos continuam

Nesta terça-feira (23), milhares de estudantes e ocupantes de entidades universitárias saíram às ruas de Atenas, na terceira semana de protestos. No início da manifestação, em frente à reitoria da Universidade de Atenas, manifestantes tombaram um carro da polícia. Perto do Parlamento, os manifestantes atearam fogo em uma máscara que representava a cabeça de um porco, com um chapéu policial, gritando palavras de ordem como "policiais, porcos, assassinos" e "abaixo o governo do novo terrorismo", muitos empunhavam bandeiras pretas e vermelhas.



Na madrugada, um homem não-identificado atirou contra um ônibus que levava 19 policiais da brigadas antidistúrbios e estava parado no sinal vermelho, no bairro de Gudi, diante de um campus universitário. Duas balas atingiram o ônibus, furando um pneu, mas ninguém se feriu. A polícia investiga o caso. Manifestantes acreditam que tudo não passa de armação policial ou direitista para incriminar os universitários ocupantes.



No bairro de Nea Filadélfia (Atenas), uma passeata aconteceu no final da tarde, organizada pelo Centro Cultural Ocupado do bairro. Diversos lemas foram pichados nas paredes, janelas de bancos e algumas câmeras de vigilância foram quebradas. A marcha foi seguida por um numeroso contingente policial. Quando o protesto alcançou a delegacia local, mais policiais apareceram. Os manifestantes reagiram jogando tinta, pedras, ovos e laranjas contra as forças da ordem, que responderam com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Os residentes e transeuntes do bairro pediam para os policiais irem embora do local. Após o protesto, os manifestantes organizaram uma assembléia para decidir mais ações.



Em Serres, uma faixa enorme foi erguida de noite na Acrópoles da cidade, em que estava escrito: "Não os deixe humilhá-los, resista!. Liberdade para todos os detidos já!".



Ontem, em assembléia, os estudantes do ensino médio deram por encerrado o primeiro ciclo de protestos pela morte de Alexis a tiros pela polícia, a violência policial, contra o sistema de ensino, e contra os reduzidos fundos estatais para o setor, e decidiram retomar as manifestações no próximo dia 9 de janeiro.



Durante assembléia de ontem (23) e conversas sobre o futuro da ocupação da Universidade Politécnica, havia rumores que a Tropa de Choque poderia invadir e esvaziar o campus a qualquer instante. Embora os ocupantes já tivessem decidido acabar a ocupação, esta ameaça da polícia os fizeram mudar de idéia. Muitas pessoas chegaram à universidade para defendê-los, e apesar de que a polícia realizasse rondas em torno da universidade, não fizeram nenhum movimento mais brusco.



Na assembléia, os ocupantes explicaram que os policiais não irão tomar conta da universidade, e que a última palavra de quando a ocupação acabará será dos manifestantes. ?Acabará quando os ocupantes decidirem e as ameaças dos policiais somente nos fazem mais fortes e mais zangados!?.



Já a assembléia dos ocupantes da Faculdade de Direito decidiu que a ocupação da escola acabou. Contudo, um número de ocupantes não concordou com a decisão e querem permanecer no edifício.



Novas assembléias vão acontecer hoje (24) para decidir se as ocupações, de quase 100 faculdades, continuam ou chegam ao fim.



O fim das ocupações dos departamentos universitários não quer dizer o fim dos protestos, mas o cansaço é inevitável e grande, depois de dias de mobilizações, atos, confrontos, pessoas presas, feridas...



Hoje (24) pela manhã, na cidade de Volos, uma rádio municipal e os escritórios do jornal "Thessalia", foram ocupados. Na rádio, ocupado por 30 minutos, foram lidos textos que pediam a libertação das pessoas presas durante os protestos.



Ontem (23), nessa mesma cidade, Volos, num teatro local, um espetáculo teatral foi interrompido, e em seguida sucedeu a leitura de cartas que reivindicavam a libertação de todos os detidos, sem cargas.



No bairro de Alimos, pela manhã de hoje (24), o Centro Cultual Municipal foi ocupado. O equipamento de som foi re-apropriado e lidas várias decisões da Iniciativa Cidadã do bairro: liberdade para todos os detidos; que se retirem as armas dos policiais; que retirem a lei antiterrorista.



Ainda hoje (24) acontecerá em Atenas manifestações de solidariedade com os prisioneiros em frente aos tribunais para pedir a libertação dos apreendidos. Há uma batalha para libertar os mais de 200 detidos, e esse número pode ser bem maior, já que é difícil obter números exatos sobre os detidos e presos em todo o país.



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agência de notícias anarquistas-ana




luar na relva

vento insone

tira o sono das flores

Desde a Grécia


"Os políticos e jornalistas ridicularizam nosso movimento, tratando de impor a ele a sua própria carência de racionalidade. Segundo eles, nos rebelamos porque nosso governo é corrupto, ou porque gostaríamos de ter acesso a mais dinheiro, mais emprego."



Arrasamos os bancos porque reconhecemos o dinheiro como causa central de nossas aflições, se quebramos as luzes das vitrines não é porque a vida seja cara senão porque a mercadoria nos impede de viver a qualquer preço. Se atacamos a escória policial, não é só em vingança por nossos companheiros mortos senão porque entre este mundo e o que desejamos, sempre se supõe existir um obstáculo.



Sabemos que é chegado o momento de pensar estrategicamente. Neste momento tão importante sabemos que a condição indispensável de uma insurreição vitoriosa é que ela se estenda, ao menos, em nível europeu. Nos últimos anos temos visto e temos aprendido: as contra-cúpulas pelo mundo, os distúrbios estudantis e nos subúrbios da França, o movimento anti-TAV na Itália, a Comuna de Oaxaca, os distúrbios de Montreal, a agressiva defesa do Ungdomshuset em Copenhague, os distúrbios contra a Convenção Nacional Republicana nos Estados Unidos, e a lista continua.



Nascidos na catástrofe, somos os filhos de una crise global: política, social, econômica e ecológica. Sabemos que este mundo é um caldeirão sem saída. Há que se estar louco para agarrar-se a suas ruínas. Deve ser concertado para auto organizar-se.



Há uma obviedade na recusa total aos partidos e organizações políticas; são parte do velho mundo. Somos os filhos malcriados desta sociedade e não queremos nada dela. Esse é o pecado que nunca nos perdoarão. Atrás das máscaras negras, somos vossos filhos. E estamos nos organizando.



Não nos esforçaríamos tanto em destruir o material deste mundo, seus bancos, seus supermercados, suas delegacias, se não soubéssemos que ao mesmo tempo socávamos sua metafísica, seus ideais, suas idéias e sua lógica.



Os meios de comunicação descreveram todo o ocorrido nas semanas passadas como uma expressão de niilismo. O que não entendem é que no processo de assalto e assédio a sua realidade, temos experimentado uma forma de comunidade superior, de divisão, uma forma superior de organização alegre e espontânea que estabelece a base de um mundo distinto.



Qualquer um poderia dizer que nossa revolta encontra seu próprio fim na medida em que se limita a destruição. Isto seria certo no caso de que junto aos enfrentamentos nas ruas, não houvéssemos estabelecido a necessária organização que requer um movimento a longo prazo: cantinas providas por saques regulares, enfermarias para curar aos nossos feridos, os meios para imprimir nossos próprios jornais, nossa própria rádio. A medida que liberamos território do império do Estado e sua polícia, devemos ocupá-lo, preenchê-lo e transformar seus usos de maneira que sirvam ao movimento. Deste modo, o movimento nunca para de crescer



Por toda Europa, os governos tremem. Asseguramos que o que mais temem não é que se reproduzam os distúrbios locais senão a possibilidade real de que a juventude ocidental encontre suas causas comuns e se levante como uma só para dar a esta sociedade seu golpe final.



Esta convocação vai dirigida a todos que queiram escutá-la:



Desde Berlim a Madri, de Londres a Tarnac, tudo é possível.



A solidariedade deve transformar-se em cumplicidade. Os enfrentamentos devem expandir-se. Devem declarar-se as comunas.



Desta forma, a situação nunca retornará a normalidade. Desta maneira as idéias e práticas que nos unem serão laços reais.



Deste modo seremos ingovernáveis.



Uma saudação revolucionária aos companheiros de todo o mundo. Aos detidos, os libertaremos!





agência de notícias anarquistas-ana

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

20 de dezembro em Belo Horizonte - Repúdio e Solidariedade












20 de dezembro: sem clima natalino. O clima é tenso, de gigantes agitações, de assassinatos, de opressão, de um movimento que por muito tempo vem sobrevivendo e crescendo com base no ódio e na revolta chegar a explodir, por não agüentar mais as atrocidades do Estado e de todo o sistema capitalista. Não somos marionetes, não somos programados, sabemos onde estamos vivendo e como estamos vivendo, e é por isso que somos anarquistas; não somos cúmplices.



Sim; somos inimigos mortais do Estado e suas derivações coercivas, pois ele oprime a liberdade que faz com que o povo prospere; ele não quer o povo conscientizado, porque sabe que irão contra ele; ele então, com todas suas forças, oprime todos aqueles que têm por auto-função conscientizar o povo e tentar destruí-lo. Nós, em contrapartida, por esses e outros vários motivos, somos estes; queremos conscientizar o povo, queremos nossa emancipação, dos estudantes, trabalhadores, da classe sofrida e explorada, e todo aquele que nos intervir sofrerá as conseqüências. Não esperamos governo, reforma, pois já se passaram centenas de anos e a história nos prova que nada mudou e com certeza nunca mudará; a independência do trabalhador é obra do próprio trabalhador.



Não queremos guerras, queremos a paz, harmonia; não queremos a desordem, queremos a ordem, a organização dos trabalhadores; mas o governo coloca a sua mão sobre o povo, e impede que este se mova, seja por via de leis, de opressão mascarada, ou por via da força, da polícia fascista. E foi isso que aconteceu.



Alexandros Grigoropulos, manifestante anarquista grego assassinado. Em uma manifestação violenta de um grupo de anarquistas, a policia atirou contra os jovens assassinando diretamente Alexandros. Tal fato foi o estopim para o movimento grego não suportar mais o Estado fascista. Eclodem gigantes manifestações, confrontos violentos com a policia, e não só os jovens estudantes, mas todo o povo: trabalhador, desempregado, e todo aquele que é explorado e oprimido. Chega uma hora que o povo não agüenta mais, não consegue mais sustentar tanta podridão na sua frente. A Grécia está em estado de guerra civil, calamidade pública.



E, sabemos que para a notícia chegar de lá para cá, é função dos meios de comunicação, e isto é horrível. Grandes emissoras capitalistas, que já têm como fama a manipulação das massas, com toda certeza corroem a notícia, tornando os rebelados como desordeiros, etc. A globo, por exemplo, mencionou que ?vários são anarquistas, em plena terra-mãe da democracia?, como se anarquismo fosse desordem. Não podemos confiar na mídia. Vale lembrar, que se quiser saber a realidade do movimento, acesse www.midiaindependente.org.



20 de dezembro: sem clima natalino.



20 de dezembro de 2008, foi clamado pelos manifestantes gregos o dia internacional de repúdio ao assassinato e todos os outros crimes de Estado contra o povo. E não estamos mortos no Brasil: Belo Horizonte amanheceu no dia 20 com bancos pichados, vários outros lugares pichados, com sticks colados nas paredes, em bancos, etc. Não ocorreu uma manifestação em repúdio, mas sim algo ilegal como protesto. As agitações em Belo Horizonte não acabarão. Segue uma série de fotos de pixações e sticks, porém não foram tiradas fotos de todas as pixações e sticks, têm muito mais espalhados pelo centro e bairros arredores do centro de Belo Horizonte. Infelizemente tentaram pixar a prefeitura, até conseguiram, mas não saíu muito bom, pois tinham guardas municipais.



Postado inicialmente em: Site da CMI

Mobilizações na Grécia continuam - ANA

Até hoje pela manhã, havia lutas ao redor da Universidade Politécnica em Atenas. Algumas centenas de manifestantes permaneceram no edifício toda a noite e ataques esporádicos foram feitos com pedras e coquetéis molotov às forças da ordem que tinham cercado a universidade. Os antidistúrbios lançaram quilos de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, muitos, dentro da universidade.



Sucedeu uma assembléia dos ocupantes e solidários e se decidiu continuar com a ocupação. Desta forma a ocupação permanece e, ainda, chamaram uma exposição artística em benefício/solidariedade com os detidos nesta segunda-feira (22).



Também em Atenas, ontem (21), aconteceu uma manifestação em Kaisariani, com cerca de 200 pessoas, algumas máquinas eletrônicas ATM foram bloqueadas.



Em Ilion, teve duas manifestações separadas, uma chamada por esquerdistas e outra por anarquistas. Posteriormente, 4 bancos, um posto governamental de desempregados e algumas sedes do partido governamental foram atacadas e suas janelas e câmeras de vigilância esmagadas.



Ontem (21) à tarde foi posto fim na ocupação do edifício da GSEE (Confederação Geral dos Trabalhadores), com a entrega do edifício aos membros do sindicato pelego. Logo após cerca de 400 pessoas realizaram uma manifestação em direção à Escola Politécnica (também ocupada) gritando: "O GSEE tornar-se-á um sindicato combativo, em sua segunda ocupação que será para sempre".



Também na assembléia de ontem (21), foi decidida a realização de uma manifestação na quarta-feira (24), no centro de Atenas.



As assembléias das faculdades ocupadas fizeram um chamado para uma manifestação amanhã, às 14hs, em Propilea.



Ontem (21), foram executadas intervenções em mais de 15 espetáculos de teatro. Cerca de 100 pessoas, em sua maioria estudantes de belas artes, de teatro etc., interviram desde às 19h30 até às 23h:30, em Propilea, interrompendo as apresentações teatrais com faixas e lendo textos.



Companheiros também realizaram intervenções na cidade de Volos, no Teatro Municipal, durante a inauguração do Festival de Música da cidade.



Ontem (21) em Tessalônica, aconteceu uma assembléia dentro de uma igreja. Os manifestantes entraram para se proteger do frio e depois discutiram sobre mais ações e protestos para os próximos dias.



Na madrugada de domingo para segunda foram registrados no centro de Atenas ataques contra bancos e algumas câmeras de vigilância.



Em Nea Filadélfia, 6 carros de patrulha foram destruídos.



Em Nea Lonia, o ataque foi contra um banco.



Em Virona, 2 carros foram queimados.



Em Iraklito, 2 bancos e um carro foram atacados.



Em Tessalônica, membros da Iniciativa Cidadã de Bairro Ano Poli, ocuparam hoje (22) de manhã a biblioteca pública do bairro, com a intenção de utilizá-la como centro de contrainformação e ponto de encontro assembleário.



Alguns comentários de um arqueólogo brasileiro em Atenas



Os anarquistas estiveram por muitos anos a um passo da revolução na Grécia. O bairro anarquista, que por sinal é o mesmo bairro da Escola Francesa de Arqueologia, é cotidianamente vigiado por guardas com espingardas enormes. Há muita pichação, cartazes e bandeiras vermelhas e pretas. Há também as livrarias e gráficas que editam Malatesta e Bakunin em grego e estão sempre movimentadas, apesar de serem extremamente humildes. O partido comunista governou o país por décadas e agora se confunde com o atual governo social-democrata (qual é mesmo a diferença entre estas corjas de mandões?). A realidade é distante para a maioria de nós, mas, por causa de meus estudos, tenho ido à Grécia de dois em dois anos desde 2002 e posso dizer que a entrada na Comunidade Européia parece ter feito muito mal às pessoas que vivem lá. O grego pau-pra-toda- obra, músico ou pescador que lotava os cafés nos fins-de-tarde e que via a vida passar com olhos de eternidade, se fez um catador de lixo, como estes que vemos em todas as cidades Brasileiras de grande porte (em São Raimundo Nonato, por exemplo, não existem catadores de lixo, pois não há quase nada no lixo que possa ser aproveitado) . O povo grego cata coisas no lixo e a polícia é de uma violência digna da PM brasileira com os moradores de rua e com os imigrantes albaneses (na Grécia, quase todos os imigrantes vêm da Albânia).



As imediações do museu nacional de Atenas, área nobre ao lado da Escola Politécnica que agora é ocupada pelos revolucionários, era em julho deste ano um lugar fedorento, repleto de mendigos enrolados em cobertores e de rodas de descolados de classe média-alta se injetando. Percebi que a moeda de troca por droga mais comum eram toca-fitas de carro. A situação que já era incômoda, parece ter ficado insustentável depois da entrada na UE, com a redução do grego à condição de mão-de-obra nos países mais abastados do bloco e com a perpetuação da presença colonialista de instituições inglesas, francesas, alemãs e também americanas, principalmente ligadas à arqueologia, que fazem da Grécia um laboratório, cultuando o mais profundo desprezo pelo modo de vida grego atual, tal como seus predecessores fizeram, desde o século XIX.



Não há dinheiro para nada. Cultura que conta com recursos é aquela destinada ao turismo, embora a manutenção dos sítios arqueológicos seja calamitosa. Para visitar a Lésche dos Cnídios em Delfos, ruínas do edifício que teria abrigado algumas das mais belas pinturas da Antigüidade, é preciso cortar mato com o peito. A ilha de Delos, onde nasceram os deuses Apolo e Ártemis, está tomada por ratos e também agride o turista mais curioso com seu mato espinhoso que não é cortado, pois não há funcionários para isso. Presenciei em 2006 uma operação de emergência em que arqueólogos e restauradores gregos foram deslocados de suas funções habituais para cortar mato.



Só aquilo que é absolutamente clichê, como a Acrópole e a Ágora de Atenas, recebem um tratamento cuidadoso. As obras de transporte e embelezamento feitas para as Olimpíadas de 2004 não esconderam a favela que cresce bem ao lado da Via Panatenaica, no bairro da Placa, onde perambulavam filósofos a caminho da Academia de Platão. Tentei ir até lá, mas a barra é tão pesada que voltei antes que ficasse sem o passaporte.



Isso não impressiona os arqueólogos do norte da Europa, acostumados a escavar na Turquia, em Gaza e no Egito. Mas há uma diferença entre estes lugares e a Grécia: o custo de vida. Não se vive com pouco dinheiro na Grécia, o que só piora a situação.



Há um sentido valoroso do movimento que já ganhou contornos de guerra civil: os estudantes estão do lado dos imigrantes. Há vários relatos de que o movimento se pôs contrário ao apartheid entre Gregos e não-gregos. O movimento é contrário ao Estado grego e pode ser o início de algo muito novo no mundo todo. Mesmo na Guerra civil espanhola havia uma liderança declarada e reconhecida. Na atual guerra civil grega não há "cabeças do movimento" e, por isso, a imprensa repete exaustivamente que os revoltosos não sabem o que querem, não têm nenhuma proposta.



Quem não sabe o que fazer ou a quem prender é o Estado e a polícia.



Abraços a todos.



P.



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agência de notícias anarquistas-ana



Olhando bem

O cafezal, na verdade,

São laranjeirinhas...



Paulo Franchetti

domingo, 21 de dezembro de 2008

Atitudes fascistas no MPD

Entrei na comunidade e postei o texto que está abaixo. Então, alguns me responderam em relação à moderação, outros discutiram mutualmente tendo nada a ver com o tópico, etc.



Então, eu enfatizei o caso da "anarquia", apenas UM postou sobre, e falou superficialmente, nada mais.



Quando menos espero, um tal moderador "Matheus Castro" envia esta mensagem para mim:

"Bud, será colocado em votação a sua permanencia na comunidade devido a confusão criada por sua falta de informação...



A partir de agora até amanhã ao meio-dia, eu banirei o Bud e entra em votação se ele devia mesmo ser banido, se ele volta a comunidade ou fica banido... como foi discutido na reunião de hoje sobre as regras. "



Será que é democrático mesmo? Eu não incitei confusão nenhuma, não tenho falta de informação, me baseei em argumentos concretos, como a regra da comunidade, e me baniu dizendo que isto foi discutido na reunião. Agora, quero que me responde: como é que vão decidir quem incitou a confusão, ou não? Quem terá a palavra para dizer o certo e o errado, quem terá que pensar se foi incitação ou não? E se eu não tivesse (foi o que aconteceu) tal intensão, serei banido?



E fui.



Medidas como esta não são nada democraticas, são mascaradamente fascistas, por não aceitarem outras opiniões, e nem chega ao caso de ponto de vista, mas sim de uma prévia atitude infantil tomada por eles. Então, eu, que disse, e apresentei argumentos, como foi contrário à moderação, foi expulso, colocando a idéia de que a concepção da moderação (mesmo esta sendo votada por "todos") é a certa, excluíndo qualquer outra individualidade que se coloca contrária à tal.



"Tenho que por as regras em execusão, você chegou ontem na comunidade já tá arrumando confusões..."

Esta foi a desculpa de Matheus. Aí ele demonstra certa autoridade, como se pudesse decidir quem pode postar, quem não pode, quem está causando confusão, quem não está. Ele se colocar sobre os outros, é uma atitude democrática?



E eis que respondi: "Como você se considera democrático sendo que se coloca sobre os outros, em um cargo suposto "autoridade", que somente deve obrigações? "


E ainda se dizem democratas...



Não vou generalizar, pois muitos alí almejam sim a democracia, mas, alguns pseudos, como este Matheus Castro que se desculpou com "Tenho que por as regras em execusão, você chegou ontem na comunidade já tá arrumando confusões...", merecem meu desprezo, meu repúdio.



VIVA OS REAIS!

QUE SUMAM OS PSEUDOS!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Movimento Pró-Democracia PSEUDO democrata


Movimento Pró-Democracia é um movimento que surgiu depois das eleições de 2008 no Rio de Janeiro, em virtude de podridões no esquema eleitoral.



O movimento em poucos dias tomou porporções gigantescas, fazendo uma comunidade do orkut crescer do zero até 10 mil em menos de uma semana. O movimento provou que não é somente mais uma comunidade do orkut, e houveram alguns protestos de grande porte no Rio de Janeiro.



Mas uma coisa que me intrigou a princípio, foi o nacionalismo exaltado: uma das frases que foram acolhidas por eles é a parte do hino "Verás que o filho teu não foge à luta". Como anarquista, seria lógico eu não defender tal posição, e digo que isto é indivualidade minha, EU acho que cantar o hino brasileiro em frente à sede do TRE (como fizeram) não irá mudar nada.



Mas o que mais me intrigou foram duas atitudes:



1. a exaltação da suposta moderação da comunidade. Em pouco tempo, criaram regras, burocracias, aprovações para entrar na comunidade, exclusões de tópicos, inclusive fiz um mostrando meu ponto de vista em relação à esta atitude, e em algum tempo ele foi apagado.



2. Como foram criadas várias regras, uma é tal que:



"• Apesar de cada um poder expressar livremente suas opiniões e ter o direito de reivindicar respeito a ela, essa é uma comunidade com regras explícitas e que devem ser cumpridas para bem do MPD de forma sempre a ajudar o movimento a prosperar e DEMOCRACIA SEM ORGANIZAÇÃO NÃO É DEMOCRACIA É ANARQUIA."



Como assim? Quem, que quer organizar um movimento em defesa da DEMOCRACIA, pode tomar uma posição infantil desta? Democracia sem organização não é democracia, é anarquia? Gostaria de saber se o suposto moderador sabe definir o que é anarquia.



Com toda certeza não sabe o significado - por ter dito isto - de anarquia. Para responder com poucas palavras, anarquismo é ORGANIZAÇÃO SOCIAL com ausência do poder ilícito. Anarquia é democracia antes de tudo, em suas bases a DEMOCRACIA é A MAIS IMPORTANTE, por ser a autogestão do POVO.



Demo - povo; Cracia - governo, poder; governo do povo, logo, anarquismo tem por base a DEMOCRACIA. Mas, confunde-se democracia como um tipo de governo, e não o é, um governo pode se declarar democrata, como também autoritário e centralizado. Democracia é uma opção, que no caso ela é representativa. A anarquia opta pela democracia direta, isto é, todos os indivíduos têm a mesma função política e social na sociedade, todos têm contato direto para com a democracia.



Anarquismo é autogestão, democracia direta, ORGANIZAÇÃO, respeito, responsabilidade proporcionando a liberdade e a igualdade. Isto há de se lembrar, não é libertinagem, é liberdade condicionada pelas relações humanas.



Como pode, um grupo que se denomina "Pró-Democracia", difamar a democracia? Contraditório, não? Mas já é de se esperar tais atitudes quando a burocratização e a criação intensa de regras começam a surgir, quando a hierarquia começa a se impor, quando os integrantes do movimento começam a se dividirem.



Paulo Afonso Ladeira de Lima Júnior.

Carta aos estudantes escrita por trabalhadores atenienses

Nossa diferença de idade e o distanciamento geral nos dificultam discutir com vocês nas ruas; esta é a razão por que nós mandamos esta carta.



A maioria de nós ainda não está careca, nem nos pintou uma barriguinha. Somos parte do movimento de 1990-91. Devem ter ouvido falar dele. Naquele momento, quando havíamos ocupado nossas escolas durante 30-35 dias, os fascistas mataram um professor porque foi mais além da sua função natural (o de ser nosso guardião) e cruzou a linha que levava ao lado oposto: veio conosco, para nossa luta.



Então, até o mais brando de nós foi às ruas nos distúrbios. Sem dúvida, nós nem sequer pensamos em fazer o que tão facilmente fazem vocês hoje: atacar delegacias (ainda que cantávamos aquilo de "queimar delegacias...").



Assim francamente, vocês foram muito mais além que nós, como ocorre sempre na história. As condições são diferentes, é claro. Nos anos 90 nos compraram com a desculpa do êxito pessoal e alguns de nós nos entregamos. Agora as pessoas não acreditam neste conto de fadas. Vossos irmãos maiores nos demonstraram durante o movimento estudantil de 2006-07. Vocês agora lhes cuspam seu conto de fadas na cara.



Agora começam as boas e difíceis questões



Para começar, lhe dizemos que o que temos aprendido de vossas lutas e de nossas derrotas (porque ainda que o mundo não seja nosso, sempre seremos perdedores) e podem empregar o que temos aprendido como queiram:



Não fiquem sós. Chamem-nos; chamem a tanta gente como seja possível. Não sabemos como podeis fazê-lo, encontrarão a forma. Já ocuparam vossas escolas e nos dizem que a razão mais importante é que não gostam delas. Bem. Já que ocuparam, invertam o rol de prioridades. Troquem vossas ocupações com outras pessoas. Permitam que vossas escolas sejam o primeiro lugar para nossas novas relações. Sua arma mais potente é nossa divisão. Tal e como vocês não temeram atacar as delegacias porque estão unidos, não temam chamar-nos para mudar nossas vidas, todos juntos.



Não escutem nenhuma organização política (nem anarquista nem outra qualquer). Façam o que necessitem. Confiem no povo, não em esquemas e idéias abstratas. Confiem em vossas relações diretas com as pessoas. Confiem em vossos amigos: façam da vossa luta a de quanto mais gente for possível, vossa gente. Não lhes dêem ouvidos quando te disseres que vossas lutas não têm conteúdo político e que deveriam obtê-lo. Vossa luta é o conteúdo. Tão só tenham vossa luta e está em vossas mãos assegurar o seu avanço. Tão só ela pode mudar vossa vida, a vocês e as relações reais com vossos companheiros.



Não temam atuar quando enfrentarem coisas novas. Cada um de nós, agora que nos fazemos maiores, têm algo semeado em seu cérebro. Vocês também, ainda que sejam jovens. Não esqueçam a importância deste fato. Em 1991, nos enfrentamos com o cheiro de um novo mundo e, acredite-nos, o encontramos difícil. Havíamos aprendido que sempre deve haver limites. Não temam a destruição de mercadorias. Não se assustem ante os saques de lojas. O fazemos porque é nosso. Vocês (como nós no passado) foram criados para levantarem todas as manhãs visando fazer coisas que mais tarde não serão vossas. Recuperemo-las e compartamo-las. Tal e como fazemos com nossos amigos e o amor.



Pedimos desculpas para vocês por escrever esta carta tão rapidamente, mas fazemos isso ao ritmo do trabalho, em segredo para evitar que dela se intere o chefe. Somos prisioneiros no trabalho, como vocês na escola.



Agora mentiremos aos nossos chefes e deixaremos o trabalho: reunir-nos-emos com vocês em Syntagma com pedras nas mãos.



Proletários



Tradução > Juvei



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agência de notícias anarquistas-ana




Neste bosque urbano

árvore feita em concreto

? meu corpo estremece.




Eolo Yberê Libera

Carta de um italiano em Atenas

[A seguir excerto de uma mensagem enviada originalmente a um companheiro português, que reproduzimos em "português brasileiro".]



Atenas, 15 de dezembro de 2008



Não te preocupes: estou bem. A falta de notícias é devida à impossibilidade de encontrar o lugar e o tempo para escrever-te, mas como se preocupam comigo, eis as news:



[...]



A situação vai-se normalizando (logo te explico o que isso quer dizer). Já não há as grandes batalhas, as destruições e os saques dos primeiros dias. A cidade começa a se reconstruir. Ela lembra-me um bosque dos nossos vales (do norte da Itália) antes da primavera, quando todas as árvores estão ainda completamente desfolhadas e só as cerejeiras já florescidas se distinguem, destacam-se por suas flores brancas.



Atenas é igual pelos prédios queimados. Não são muitos, mas dão nas vistas; de vez em quando um aparece à esquina... uma loja de carros, um banco, um supermercado. Um amigo meu disse-me que acha graça perguntar-se quantos destes esqueletos não estivessem assim antes da revolta; até descobrir que nem anteriormente a situação era cor-de-rosa... E isto explica muitas coisas.



Os últimos confrontos espalhados aconteceram sábado na ocasião da primeira semana depois do assassinato. Uma manifestação logo atrás da outra, confrontos no bairro Gazi e Exarchia com a utilização abundante de fogos de artifício pelos manifestantes, muitas concentrações pacíficas e manifestações espontâneas durante todo o dia e toda a noite.



Eu andei aos montes como um pião até me juntar a uma marcha espontânea de pessoas que voltavam para o centro. É desaconselhável circular sozinho enquanto ocorrem ações... Não há do que ter medo, mas a polícia secreta e os fascistas são uma realidade e podes vê-los perambulando à volta das marchas e das faculdades. A marcha em que estava invadiu a rua, mas, embora se mantivesse quase totalmente pacífica, foi parada pela polícia que cortou a passagem à frente e atrás. Consegui fugir com outro menino até a Universidade de ASSOE, um covil anárquico.



Lá soubemos que 37 pessoas foram bloqueadas pela manobra da polícia e presas. Os anarquistas decidiram então responder queimando um banco. Prontos e armados saíram da ASSOE, mas voltaram logo depois quando um coquetel Molotov entrou por engano numa casa. Quase acabaram por bater-se.



Então fui para casa: do meu ponto de vista a coisa está a perder-se. Concretamente as manifestações estão nas mãos dos anarquistas da ASSOE e do Politécnico, mas são ações escolhidas, pilhagem a bombas de gasolina e rápidos raids incendiários contra bancos ou objetivos governamentais como ministérios ou distritos da polícia. A resistência já não é difundida e de todas as maneiras segue pacífica, contudo as manifestações continuam sem parar.



Além da crônica



A situação está "normalizada", como já te disse, numa completa anormalidade. O fato de não haver saques em todo lado não significa que tudo esteja como dantes. O clima que se respira, o ar é diferente. Vê-se em muitas pequenas coisas. Realmente pode-se ir trabalhar de manhã, mas os semáforos foram quase todos totalmente destruídos. Consegues imaginar uma metrópole do tamanho de Atenas, com 5 ou 6 milhões de habitantes, caótica e desordenada, sem placas de trânsito? Isto significa que deslocar-se do ponto A até o ponto B da cidade pode demorar um tempo indeterminado que pode mudar de várias horas segundo o dia ou o momento... E nem falo sequer das passeatas contínuas.



Ninguém se atreve a intervir em nada. Adolescentes que destroem cabines telefônicas ou queimam multi-bancos... e ninguém diz nada... nem sequer a polícia. Os polícias andam sós em grupos, todos juntos, mas nunca intervêm. Têm medo, só esperam para o turno acabar e as pessoas sabem, todos o sentem. Cada um faz o que quer, desde atravessar onde é proibido até atirar-lhes lixo em cima.



Só para te dar um exemplo. Ontem pelo centro passou um Porsche. Um homem que estava a atravessar (um homem normal - nos seus 40 anos - de fato e com mala) parou, pegou uma pedra e... atirou-lha!



Nada de transcendente, percebes? Mas a gente está a acostumar-se ao absurdo.



A ASSOE, quase todos os dias, faz incursão num supermercado e leva tudo para abastecer a cantina auto-gerida e gratuita... Isto poderia continuar durante muito tempo.



O custo de vida é altíssimo, os salários dos mais baixos na Europa. Já ninguém acredita no conto de fadas para crianças da democracia.



Costuma-se considerar a Grécia como algo "fora" da Europa, como choques no Líbano ou sei lá... Pode-se pensar o que se quiser, mas a Grécia está na Europa. Eu vivo aqui, fogo! Talvez seja um nervo destapado, mas faz parte do nosso sistema democrático. O que está a acontecer aqui leva a reflexões que deveriam envolver-nos a todos sobre o nosso sistema de governo a colapsar, até os EUA sentiram a necessidade estética de limpar-se a cara através da eleição de Obama.



A separação entre Estado e cidadãos aqui é concreta... podemos respirá-la no ar. A hostilidade das pessoas contra os policiais (deveriam ser os nossos anjos de guarda, mas aqui obviamente ninguém acredita)... O que se diz na Itália - os polícias são servos dos servos, o poder replica-se a si mesmo, o objetivo da política é obter votos, etc. - aqui se vê em concreto, devido a problemas estruturais gravíssimos que primeiramente a Grécia já não consegue esconder.



O mesmo que, de maneira mais sutil, se perpetua em cada país ocidental; e deveria fazer refletir que o incêndio esperava, há anos, por baixo das cinzas assim como em cada subúrbio da Europa. Mas a fagulha explodiu de repente, em poucas horas e sem nenhum aviso prévio.



Como se costuma dizer... O rei está nu...



E agora?



P.


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agência de notícias anarquistas-ana



O velho salgueiro

Inclinado sobre o lago

Resmunga baixinho.




Mary Leiko Fukai Terada

Anarquista chileno é assassinado - Mais um

Juan Cruz: vítima do jogo sujo dos aparatos repressivos na zona
Mapuche Chilena



Em memória de nosso irmão:

O companheiro Juan Cruz, jovem anarquista de 28 anos, faz vários meses que junto a sua namorada solidarizava-se ativamente com a luta empreendida pelos comuneiros da zona autônoma de Temucuicui. Hoje de madrugada, foi assassinado em conseqüência de um covarde disparo na nuca e até o momento a "justiça" não deu conta de identificar os culpados; na imprensa do capital, inclusive, chegaram a afirmar que havia sido morto em uma simples briga depois de uma "festa".



A verdade é que já faz vários dias que a Comunidade Autônoma de Temucuicui tem sido recorrentemente atacada por outros Mapuche portando armas de fogo. Juan, depois de participar no centro de Santiago, na terça-feira passada, de uma manifestação em apoio a seus irmãos e irmãs, decidiu viajar pela noite a Temucuicui devido a que sua
companheira havia sido agredida junto a outras mulheres da comunidade (entre elas a esposa do preso político Jaime Huenchullán) e ameaçada de morte por MIJAIL CARBONE QUEIPUL: essa foi a última vez que tivemos contato com nosso companheiro Juan.



O Estado e suas forças repressivas apesar dos brutais enfrentamentos (que no ano passado eram mensais), do amedrontamento constante, da prisão e da delação, não haviam conseguido frear o processo de recuperação de terras levado adiante dignamente pelas e pelos comuneiros da Comunidade Autônoma de Temucuicui, o que se tornou patente na necessidade de mudar de estratégia: utilizar os Mapuche "institucionalizados" para fazer o trabalho sujo, dedicando-se somente a contemplar tranquilamente como uma parte deste povo assassina a outra que luta. JUAN CATRILLANCA, MIJAIL CARBONE QUEIPUL e o resto de mercenários da "Comunidade" Ignacio
Queipul, foram às marionetes dos interesses da CONADI, do Estado Chileno e dos grandes latifundiários em uma das zonas mais intensas do conflito Mapuche. As ameaças de morte, os espancamentos, os ataques armados se repetiram por toda a semana, ainda que a polícia se faça de cega e quando se decidia atuar fazia em favor dos agressores. Não é difícil deduzir quem apertou o gatilho que assassinou o nosso irmão, os antecedentes estão à mão e a conclusão é evidente.



A situação em Temucuicui se tornou insustentável, pelo que nossa ativa solidariedade se faz necessária hoje mais que nunca, já que este conflito criado pelo Estado e o Capital pode piorar ainda mais. De nós depende que isto não ocorra.



JUAN "ORANGU" CRUZ TUA MORTE NÃO SERÁ EM VÃO!

NEM UM MINUTO DE SILÊNCIO, TODA UMA VIDA DE COMBATE.



O caixão será levado amanhã pelas 5h da tarde desde seu lugar na casa okupa "Los Carolinos" para ser velado toda a noite e deste lugar ir rumo ao cemitério El Prado de La Florida, onde será sepultado às 10h da manhã, desta quarta-feira.



Espera-se uma massiva despedida ao nosso compa Juan Cruz. Por que a luta continua e nada, nem ninguém, será esquecido!



MARRICHIWEW!!! YA YA YA YA!!!



Tradução > Juvei



agência de notícias anarquistas-ana



Breve serei pó
e, então, quando me pisares,
cobrirei teus pés.



Evandro Moreira


Veja o vídeo:


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

"O homem se emancipou pela revolta e pelo pensamento."

Ótimo trecho retirado do livro "Deus e o Estado", de Mikhail Bakunin, que coloca abaixo todo tipo de fé do cristianismo:



"A Bíblia, que é um livro muito interessante, e aqui e ali muito profundo, quando o consideramos como uma das mais antigas manifestações da sabedoria e da fantasia humanas, exprime esta verdade, de maneira muito ingênua, em seu mito do pecado original. Jeová, que, de todos os bons deuses adorados pelos homens, foi certamente o mais ciumento, o mais vaidoso, o mais feroz, o mais injusto, o mais sanguinário, o mais despótico e o maior inimigo da dignidade e da liberdade humanas, Jeová acabava de criar Adão e Eva, não se sabe por qual capricho, talvez para ter novos escravos. Ele pôs, generosamente, à disposição deles toda a terra, com todos os seus frutos e todos os seus animais, e impôs um único limite a este completo gozo: proibiu-os expressamente de tocar os frutos da árvore de ciência. Ele queria, pois, que o homem, privado de toda consciência de si mesmo, permanecesse um eterno animal, sempre de quatro patas diante do Deus "vivo", seu criador e seu senhor. Mas eis que chega Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestiais; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência.



Conhece-se o resto. O bom Deus, cuja presciência, constituindo uma das divinas faculdades, deveria tê-lo advertido do que aconteceria, pôs-se em terrível e ridículo furor: amaldiçoou Satã, o homem e o mundo criados por ele próprio, ferindo-se, por assim dizer, em sua própria criação, como fazem as crianças quando se põem em cólera; e não contente em atingir nossos ancestrais, naquele momento ele os amaldiçoou em todas as suas gerações futuras, inocentes do crime cometido por seus ancestrais. Nossos teólogos católicos e protestantes acham isto muito profundo e justo, precisamente porque é monstruosamente iníquo e absurdo. Depois, lembrando-se de que ele não era somente um Deus de vingança e cólera, mais ainda, um Deus de amor, após ter atormentado a existência de alguns bilhões de pobres seres humanos e tê-los condenado a um eterno inferno, sentiu piedade e para salvá-los, para reconciliar seu amor eterno e divino com sua cólera eterna e divina, sempre ávida de vítimas e de sangue, ele enviou ao mundo, como uma vítima expiatória, seu filho único, a fim de que ele fosse morto pelos homens. Isto é denominado mistério da Redenção, base de todas as religiões cristãs.

[...]

Entretanto, no mito do pecado original, Deus deu razão a Satã; ele reconheceu que o diabo não havia enganado Adão e Eva ao lhes prometer a ciência e a liberdade, como recompensa pelo ato de desobediência que ele os induzira a cometer. Assim que eles provaram do fruto proibido, Deus disse a si mesmo (ver a Bíblia): 'Aí está, o homem tornou-se como um dos deuses, ele conhece o bem e o mal; impeçamo-lo pois de comer o fruto da vida eterna, a fim de que ele não se torne imortal como Nós'.



Deixemos agora de lado a parte fabulosa deste mito, e consideremos seu verdadeiro sentido, muito claro, por sinal. O homem se emancipou, separou-se da animalidade e se constituiu homem; ele começou sua história e seu desenvolvimento especificamente humano por um ato de desobediência e de ciência, isto é, pela revolta e pelo pensamento."



Baixe o livro em: http://www.4shared.com/file/48913439/bb7d56c5/Deus_e_o_Estado_-_Bakunin.html

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Vamos brasileiros, felizes!

"ME MOSTRA QUE PROTESTO, É SÓ QUANDO BOY MORRE



AQUI SÃO FLORES DE CAIXÃO EM SILÊNCIO, OU BALA DE BORRACHA, E GÁS LACRIMOGÊNIO"
Facção Central




No Brasil protesto é só quando boy morre mesmo. A polícia mata, oprime (uma das que mais mata jovens segundo a UNESCO), somos roubados, corrupção, pobreza, miséria, guerra civil, etc.



O que o brasieliro está esperando?



Alguém morrer?



Não, isso não, pois muitos morrem diariamente na mão das "autoridades" e nada acontece.



Vão lá, brasileiros!



Vão assistir novela!



Vão se embreagar!



Vão festeijar carnaval e mulher gostosa!



Afinal, somos o país tropical, abençoado por deus, não é?



Vamos lá, brasileiros, vamos lá, ACOMODADOS!



Explorados, oprimidos, roubados, miseráveis, mas felizes!



Ignorados, chamados de ignorantes e burros pelos povos exteriores, excomungados pelo governo nacional, fudidos pela própria natureza! Mas felizes!



Enganados diariamente com propagandas além da realidade, tais como de um celular caro, xiq, e que comprar isso, mesmo gastando todo seu dinheiro, ou mesmo parcelando em 90x, você será o mais legal!



Vamos lá, brasileiros, o próprio hino do teu povo, da tua pátria amada (será que amam mesmo?), diz que "verá que um filho teu não foge a luta", mas que luta é essa? A luta pelo melhor espaço dentre milhões de babacas? O melhor dos babacas? A luta que sempre dizem "temos que lutar para vencer na vida", e nunca lutam, sempre se conformam, sempre aceitam calados, sempre são submetidos!



O governo manda o povo gastar, consumir (mais?) para balancear a crise, mas libera mais de 300 milhões para empresas privadas! Mas são felizes!



Vamos lá, brasileiros!



Exercer toda sua cidadania e praticar a democracia: vamos votar consciente. Falar que isso é democracia é tão fácil! Somente vá votar, fale que pensou para votar, "escolheu o melhor", volte para casa, e aguarde mais dois anos para eleger o grande representante!



Que democracia! Acho que a maioria do povo nem sequer sabe o que esta palavra significa.



Vão lá, brasileiros!



Enquanto políticos, nossos queridos representantes da democracia escondem dinheiro roubado, propina, corrupção, na cueca, na boca, na bunda, na puta que o pariu, estamos nós aqui, na miséria, sem saúde e educação (onde acha que está o dinheiro?), com o imposto maior do mundo! Mas somos felizes!



Povo ignorante, povo conformado, povo explorado, povo roubado, povo extorquido, povo exculachado, povo miserável, povo que é assassinado, mas povo feliz!



Pense, brasileiro, pense! Sei que é algo inédito à um povo tal como este, mas tente! É fácil!



Quer uma ajuda?



BPI

MAL

O Movimento

PauloNulo!

Reevolução no Séc. XXI

A-Infos

Para entender o anarquismo


Conformismo tem cura. É difícil, mas basta você querer.

Muntadar Al-Zaidi - Quase "sapateou" o grande assassino




Muntadar Al-Zaidi, jornalista que quase acertou uma "sapatada" no senhor George W. Bush.




Foi torturado e espancado quando preso.




Agora me responda:




Por que o Bush, com tanta desgraça que fez no mundo, nunca levou uns tapas? E quem o tenta, é espancado?




Apoio à Muntadar Al-Zaidi!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Poesia Netchaievista Revolucionária

barricadas, molotovs

revolucionários netchaievistas

fiquem atentos, autoridades

eis aqui os anarquistas



lutar contra a forca coersiva

e a autoridade ilegitima

esta é a única oportunidade

para conservarmos as nossas vidas



Podem acionar o exércio,

podem acionar a polícia,

nossa luta é única

resistencia ao Estado fascista



lute contra o patrão

lute contra o salário

lute contra o mercado

mas mantenha o trabalho



trabalho, peça ultra-fundamental

para a organização social

erguemos, de hoje em diante

a relação horizontal



sem autoridade,

sem hierarquia,

sem Estado,

Fora Fascistas!



Queremos a autogestão

queremos nos desenvolver

quando melhor nos vier

sem a necessidade de sofrer



sofrer no mercado de trabalho

quando uma vez, desempregado

quando outra,

ao patrão subestimado



ninguém melhor que os trabalhadores

para saberem o que necessitam

não há o porque

que a autoridade exista



fora! Fora! Fora!

Fora fascistas!

Odiamos vocês

inimigos dos anarquistas



chegara, chegara, chegara

cada burgues

sua bomba receberá

já gritava buenaventura durruti

o qual tinha como virtude lutar



lutar pelo povo,

lutar pelo explorado,

lutar pelo pobre,

que pelos ricos é excomungado



lutar contra a burguesia

lutar contra o Estado

lutar pela emancipacao

do ploretariado!



Autogestão!

Horizontalidade!

Apoio-mútuo!

Responsabilidade!



LIBERDADE!



LIBERDADE!



Ao povo,



FRATERNIDADE!



LIBERDADE!



LIBERDADE!



Que erguem-se as barricadas,

Contra a autoridade!




Netchaievistas,



Netchaievistas,




A ação direta vos espera,

assim como o rato é a caça do gato,

a autoridade é o vosso alvo!

80 anos de Chomsky

Parabéns à este ilustre formado em lingüística, que se diz "acompanhante de viagem", para não se dizer comunista libertário e apaixonado pelo anarcosindicalismo.





Ótimos textos, livros, muito são, lúcido em relação ao futuro, e de pés no chão, transmitindo a positividade e a energia que cada revolcuionário há de transportar.





Ótimas críticas ao neoliberalismo, ao atual modelo econômico e de relação dos Estados Unidos, sempre consciente.





Parabéns Noam Chomsky, que venha mais 20 anos, você merece viver muito mais que Dercy!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Dica de Música - A286 - Não Quero Virar Memória


A286, um grupo de rap muito bom.


Assim como qualquer outro rap nacional, ele denuncia a realidade brasileira nua e crua.


Curte aí:


http://www.4shared.com/file/74734532/b95f8244/03_No_Quero_Virar_Memoria__Participao_Smith_e_Jota_Ariais_.html

"Não é a República que vem, é o Império que vai"



Um vídeo que fiz o qual explica sobre a suposta proclamação da república.

Sebo do Bakunin em mãos - "O Socialismo Libertário"

Livro de Bakunin em mãos! O Socialismo Libertário, que foi editado em 1979 pela GLOBAL EDITORA E DISTRIBUIDORA LTDA (será que existe até hoje? haha)


Achei-o ontem, dia 5 de dezembro em um cantinho aqui na rua São Paulo, tipo, um canto muito pequeno, com estantes por volta e no meio do caminho, onde só uma pessoa pode andar. O cara era meio doido, haha, mas doido, digamos, moderado, e eu falei se ele tinha algum livro relacionado à anarquismo. Aí ele falou que era melhor por nome, e dei logo o nome de Proudhon. Ele perguntou para mim se eu sabia mecher em computador, que era "só clicar ali e dá", ai eu falei beleza, vou ver, e quando vejo, o computador la no canto la atrás, era Excel, e já estava no Crtl+F para pesquisar. Pesquisei Proudhon, não tinha, então pesquisei Bakunin, e achei. Hehe, estava em uma estante la no canto, e procuramos, o mais engraçado foi que eu falei estante 4P, e ele foi pra la e começou a procurar, sendo que nem tinha falado o nome do livro nem do autor! Hahahaha! Então achamos, e foi 6 conto!


Eu já tinha ido na Siciliano, no shopping Dimond Mall, e não achei nenhum, somente Leon Tolstói e Foucault (Foucault é mais de 50 reais!). Fui para o shopping Cidade, e fui na Leitura, mas não tinha nada de bom, apenas Foucault mesmo, e um do Chomsky, só que de Lingüística.


Viva os cantos de sebo novos e usados!


Dei uma lida na primeira página, e Bakunin, como sempre, agressivo e muito irônico, difamava a burguesia e a nova geração, os filhos da burguesia, com muito sarcasmo e ironia!


Em breve postarei aqui um trexo interessante do livro.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Para descontrair




Para descontrair. (Aguarde um pouco se o seu PC for lento)



UAEUHEAUHAEUHAEUHAE!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Autogestão Para o Desenvolvimento


Segundo o livro didático Geografia: A construção do mundo - Geografia Geral e do Brasil; Editora Moderna Volume Único, "A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mundo inteiro, pelo menos cinco milhões de crianças morrem anualmente devido a doenaças provocadas pela ingestão de água contaminada por esgotos domésticos (tais como diarréia e cólera). No conjunto d mundo subdesenvolvido, cerca de 90% de todas as doenças infecciosas são transmitidas pela água. No Brasil, em 2004, 89% das pessoas hospitalizadas não possuíam acesso à água de boa qualidade.

[...]

De acordo com as estimativas da ONU, cada litro de água residual que retorna ao cilco, ou seja, é lançado sem tratamento em rios e lagos ou atinge os depósitos subterrâneos, contamina oito litros de água doce. [...] Milhões de pessoas em todo o mundo utilizam essa água poluída para suprir suas necessidades básicas: estima-se que cerca de 35%¨da população mundial não tenha acesso à água potável e 43% não contam com serviços adequados de saneamento básico."



O mundo vive, mesmo que a realidade pareca ser outra (devido à uma série de fatores que não vem ao caso, mas há de serem repudiados), uma calamidade social. A necessidade de uma gestão eficaz que supra as necessidades de todos é imensa. E somente quem tem a necessidade que tem a noção do que necessita e do que não necessita.


O Estado não tem base, não tem estrutura para suprir as necessidades de vida de cada um, principalmente vivenciando em meio à capitalização geral e busca de lucros à qualquer preço. Além do Estado ser corrupto por natureza, ele não é capaz de proporcionar uma vida dignia à todos os povos do mundo. Alguns países tem tal capacidade (como exemplo da Europa, os países de primeiro mundo), porém muitos outros, e a maioria, não o tem, gerando uma desigualdade visível e vivida por qualquer um, principalmente do que sofre, um exemplo nós, brasieliros. Não sofremos ainda com a escassez múltipla de água, porém muitos brasieliros já vivem na miséria, sem nenhuma base de vida, nenhum método de poder ter uma chance para viver dignamente. Além do Brasil, vários outros países sofrem, todos da África, e estamos cansados de saber. O capital e o Estado não têm capacidade de suprir as necessidades individuais!



O capital é um caso a parte: além de não ter capacidade, ele atrapalha. A divisão entre quem tem água para desfrutar, para quem não tem, se baseia no dinheiro. Isso é fácil de perceber, é fácil de notar. Tudo hoje, como foi dito anteriormente, é capitalizado, e dependendo de um mercado especulador, podemos morrer de fome, de sede, mas o mercado há de continuar intacto. A idéia de propriedade está mostrando todas suas garras e desgraças que tinha para mostrar. Proudhon já condenava-a, porém, creio eu, se ele vivenciaria como o mundo se transformou, ele hoje em dia cairia em uma profunda depressão. Isso é sério. A idéia de propriedade privada, a idéia de capital, a idéia de mercado de consumo, mercado de trabalho, é mais válida que a vida de milhões de pessoas.


Muitos dizem que sem dinheiro não compra, não bebe; muitos dizem que sem o Estado para administrar o mundo seria uma calamidade. Calamidade já é o que é hoje em dia. então por isso há a necessidade de uma autogestão e consciencia do povo, do trabalhador, para com ELE MESMO. O outro, assim como ele, também sofre necessidades brutais. Eles têm de se organizar, planejar o que é mais viável, melhor, gaste menos custo físico e emocional de trabalho e que gere um resultado imediato e favorável para ele e os demais necessitados. Não podemos esperar nada do governo; não podemos mais ter a fé na propriedade privada e no capital; estamos em um estado que é necessário os trabalhadores se organizarem mutualmente e com responsabilidades, tendo em vista a vida e a sobrevivência de cada um. Apartir daí, fluindo o desenvolvimento, amenizando a situação catastrófica, ele começa a almejar algo mais valioso, algo que venha a trazer mais, digamos, comodidade, e seguindo o modelo autogestionário e horizontal.


O trabalhador tem de usar tudo que necessita ao seu favor. Em uma situação dessa, onde a propriedade privada seria negada, o confisco de tecnologia que antes concentrava-se nas mãos de poucos que usufruiam somente à eles, gerando a desigualdade e as desgraças no mundo é mais que necessário: é uma questão de honra, um dever, é o contra-ataque do trabalhador explorado. Não tenho o pensamento esquerdista infantil de "tudo ao ploretariado", etc., até porque essas atitudes são demagogas e têm interesses políticos por trás, o que eu quero é a simples igualdade baseada na liberdade individual e autogestão; o que eu quero é a harmonia dos povos, o que eu quero é a justiça; o que eu quero é a anarquia.