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Emma Goldman

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ética Socialista: A Única Autoridade Revolucionária

Originalmente postado em: www.anarquismo-mal.blogspot.com
Texto do MAL-BH.

A maior autoridade, o maior líder, a maior instituição que os socialistas devem ter é a própria ética socialista. A indignação, o reconhecimento e união de classe, a organização, a autodisciplina e a força conjunta provocada pela ânsia de uma mudança drástica na política, economia e moral do sistema.

Não devem existir ruínas de dominação capitalista. É necessária a completa destruição do Estadp, e destruição das instituições criadas por ele. Sabemos que as ruínas existem para manter em perpétuo desenvolvimento a ordem imposta pelo capital. Não há como colocar o aparato militar, os órgãos burocráticos do Estado, os bancos, e o próprio Estado à serviço do socialismo, pois sabemos que tais instituições existem justamente para manter o povo em escravidão, e que este só se libertará após a eliminação total destas "ruínas". O Estado não serve, e nunca servirá de arma contra sí próprio, pois foi elaborado nos mínimos detalhes para impedir que isso aconteça;

Não devem existir setores conservadores. É necessário uma nova moral, movida pela ética socialista e pelos mais profundos desejos de justiça e liberdade. Não devemos permitir que estes setores se transformem em participantes ativos da revolução, sem que antes participem de uma revolução pessoal, onde abdiquem do moralismo reacionário para enfim terem ética e coerência libertária e socialista. Desconfiemos sempre dos falsos socialistas que carregam consigo preconceitos infundados, o moralismo reacionário corrompe o processo emancipatório;

Não devem existir pilares verticais de relação política dentro da classe trabalhadora, pois é uma classe que deve lutar e se orientar para a destruição das divisões sociais que existem e que nascem a cada momento no capitalismo, para sua própria manutenção. A verticalização do processo revolucionário tende a criar mais divisões sociais, políticas e econômicas;

Não deve existir autoridade maior que a organização dos trabalhadores, tampouco a organização dos trabalhadores deve ser maior que os próprios trabalhadores; uma vez que, se a organização sobrepõe a classe, esta torna-se massa de manobra e aquela torna-se uma vanguarda.

Não deve-se confundir organização centro-periferia com organização revolucionária, como é proposto pelos que se dizem "vanguarda". A revolução socialista libertária deve ser na orientação "periferia-centro", e deve partir das margens da dominação social, onde nos encontramos. Não vamos destruir a relação que nos destrói reafirmando-a, ao contrário do que pregam alguns ditos socialistas,

Devemos, pois, todos aqueles que estão determinados a lutar, não deixar que nos seduzam com a falácia de que o poder, a hierarquização, a enfatização de autoridades, o desenvolvimento do militarismo, de seu poder e suas estruturas de dominação tradicionalistas e reacionárias, são ferramentas disponíveis e estão à serviço da revolução. A revolução socialista e a a revolução de todos os corações que batem nas cidades, fábricas, no comércio, nos campos, nas ocupações e em todo lugar onde impera a ditadura do capital. A revolução socialista deve ser sobretudo autogestionária, isto é, gerida e organizada pelo próprio povo, e ninguém além dele, nem partidos nem vanguardas, e deve ser guiada apenas ela ética comum, socialista e libertária desenvolvida no período pré-revolucionário.

VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL!
VIVA A ÉTICA SOCIALISTA!
VIVA O SOCIALISMO LIBERTÁRIO!
VIVA O ANARQUISMO!

AS REVOLTAS POPULARES E A MÍDIA BURGUESA

Originalmente postado em: www.anarquismo-mal.blogspot.com
Texto do MAL-BH.

REVOLTAS EM TODOS OS CONTINENTES: ESTE É O SÉCULO XXI, DA DISSIMINAÇÃO VELOZ DA INFORMAÇÃO E, NA MESMA PROPORÇÃO, DA REBELIÃO DAQUELES QUE SEMPRE SOFRERAM NA HISTÓRIA. ESTE É O SÉCULO XXI, NO QUAL A DIREITA INSISTE EM AFIRMAR QUE “REVOLUÇÃO É COISA DO PASSADO”.

1
DA REVOLTA DO OPRIMIDO BRITÂNICO

Recentemente temos visto nas mídias as agitações violentas na Inglaterra, mas pouco se diz sobre o que levou à tal grande mobilização. Acontece que a polícia britânica, historicamente racista e xenofóbica, assassinou um rapaz de 29 anos no bairro Tottenham (Londres), um bairro carente da capital inglesa, onde predomina o desemprego e a pobreza. Negros, orientais, pobres e desempregados são freqüentemente oprimidos, explorados e humilhados não só em Tottenham ou Londres, como em qualquer lugar no mundo. Não distante, o Brasil tem uma das polícias que mais mata no mundo, chegando a matar mais que guerras no Oriente Médio. Um exemplo prático são as mais de 2 mil execuções (2.045) da PM de São Paulo em cinco anos, sendo que, segundo dados do FBI, TODAS AS POLÍCIAS dos EUA mataram, no mesmo período, 1.915 pessoas, ou seja, a polícia militar de SP executou 100 pessoas a mais que todas as polícias dos EUA, mesmo com esta última tendo uma população 8 vezes maior que a do estado de SP. Estes assassinatos não são, nem podem ser justificados como manutenção da paz e da ordem. Eles são reflexos da postura fascista da polícia, que não exerce a segurança pública, mas a manutenção do jogo de dominação da classe rica sobre os trabalhadores, desempregados, pobres, negros etc.

Existe uma política de higienização social que é fruto do capitalismo e assola toda a população pobre, principalmente moradores de comunidades e favelas. Essa higienização compreende reprimir as classes baixas e, quando necessário, executar essas pessoas indesejáveis em benefício da classe dominante. Isso não é radicalismo, é um fato que existe e vem crescendo paralelamente com as desculpas de “crescimento do crime organizado” e "investimentos na segurança pública para combatê-lo". Este argumento leva a população a acatar a violência policial, o domínio e vigilância do Estado sobre as individualidades das pessoas, maior controle da população, ou seja, domínio sobre o povo, tornando este uma uma "cria" própria. O Estado como assume o papel de pastor, e o povo o de ovelhas domesticadas.

Os conflitos na Inglaterra são reflexos de políticas segregatórias e mascaradas, com a falsa boa intenção de “busca pela paz social”; são consequências da constante humilhação dos oprimidos; são a resposta deles, já cansados da realidade capitalista.

O ministro britânico David Cameron, fez uma declaração prometendo que não deixará que a "cultura do medo se instale nas ruas". Ora, que cultura do medo seria esta? Será mesmo que os trabalhadores, desempregados, negros, jovens pobres e desabrigados que estão lutando pela sua sobrevivência, estão sendo atingidos por uma “cultura do medo”? Essas ações violentas são justamente consequência de uma "cultura do medo" que existe e sempre existiu no capitalismo – e na história da humanidade -; do medo imposto pelo Estado, pelos empresários, burgueses, banqueiros, militares, clero, latifundiários, enfim: pelos detentores do capital, da grande mídia, das terras e principalmente da culturlização de nossa classe. Se hoje há uma "cultura do medo", ela é direcionada aos senhores, aos ricos opressores que a cada dia que passa, se amedrontam mais, diante das revoltas que estão nascendo em todo o mundo: América Latina, Ásia, Europa, África e Oriente Médio. Eles insistem, por meio da mídia corporativista, que revoltas populares são coisas passadas; que o espírito revolucionário morreu com a URSS; mas o século XXI está provando o contrário: os povos estão se organizando e lutando por sua emancipação e soberania de fato.

É natural que estejam com medo, pois suas regalias baseadas na expropriação, submissão e exploração estão com os dias contados.

O M.A.L declara solidariedade à resistência que se espalha pela Inglaterra. Todo poder ao povo inglês!


2
DA REVOLTA CHILENA

Outra revolta que se destaca é a chilena. Mais de 100 mil pessoas marcham pelas ruas que um dia foram palco de outras combativas inssureições contra o ditador militar Augusto Pinochet, que por anos oprimiu o povo chileno defendendo os interesses burgueses, militares e reacionários.

De manifestações pacificas à combates violentos com o choque da polícia, estudantes revolucionários ocupam as ruas, se impõe e provam que o poder popular é o único meio viável para a verdadeira liberdade.

A principal reivindicação dos rebeldes chilenos está ligada às políticas neoliberais do governo de Sebastián Piñera, que, além de não investir em um ensino público de qualidade, quer privatizar uma boa parte da educação, colocando-a nas mãos de empresários. Por melhorias no sistema educacional e contra a posição do governo nesse aspecto, professores e estudantes se mobilizaram e foram violentamente reprimidos pela polícia, que, em uma manifestação, prendeu quase mil estudantes e professores. O "crime"? Ser estudante, professor ou trabalhador indignado com a realidade social.

O M.A.L se solidariza aos insurgentes chilenos, que merecem, além da vitória social imediata, um mundo novo onde não existam mais estas maldições capitalistas que lhe destroem a paz, saúde e vida. Viva os rebeldes chilenos e de todo o mundo!

3
DA MÍDIA CORPORATIVISTA MANIPULADORA


Anarquistas sempre criticaram a mídia corporativista, uma vez que está atrelada intimamente à burguesia e, por isso, sua função é conformar e alienar o povo e criminalizar as lutas populares e movimentos sociais, organizações políticas revolucionárias, agitações sociais e políticas, greves, manifestações etc.

É importante para o anarquista, ajudar o povo a se desprender das correntes que o aprisonam no pensamento conformista do senso comum.

Atualmente, em nossa grande mídia, as notícias e roteiros possuem em comum três princípios básicos:

1) Deturpar as agitações ativistas e, com isso, afastar o espectador da revolta
2) Mascarar a realidade, mostrando-a de maneira equivocada, e provocar a apatia social
3) Bestializar o povo e massificar culturas inúteis, que têm a função de eliminar a consciência crítica, social e política das pessoas

Com essa breve análise e várias outras que muitos camaradas já fizeram antes desta, baseados na crítica à imprensa burguesa, temos uma base concreta para, além de não acreditarmos, sentirmos demasiada revolta quando escutamos noticiários sobre protestos de resistência, como é o caso extremo da Inglaterra, no qual a imprensa está descaradamente atacando com todos seus tentáculos a inssureição revolucionário das massas exploradas..

Tenhamos cuidado com o pseudo-libertário discurso de "liberdade de imprensa", que alguns setores da mídia burguesa insistem em reinvindicar. A atual censura vem de dentro, da mesa do editor chefe, das tendências reacionárias desta instituição inimiga dos movimentos sociais, dos pobres, dos trabalhadores... A propóstio: nossa inimiga!

"Chamam de violentas as águas de um rio que tudo arrastam; mas não chamam de violentas as margens que as aprisionam" - Bertold Brecht


Extra:

http://www.youtube.com/watch?v=HI1YSPHVeIA

Entrevista na TV Globo News, com uma postura inesperada do entrevistado (o sociológo Silvio Caccia Bava) que desafia a linha editoral e os repórtes do programa que tentam tendenciar a entrevista, apoiando a revolta dos insurgentes ingleses.