A maior autoridade, o maior líder, a maior instituição que os socialistas devem ter é a própria ética socialista. A indignação, o reconhecimento e união de classe, a organização, a autodisciplina e a força conjunta provocada pela ânsia de uma mudança drástica na política, economia e moral do sistema.
Não devem existir ruínas de dominação capitalista. É necessária a completa destruição do Estadp, e destruição das instituições criadas por ele. Sabemos que as ruínas existem para manter em perpétuo desenvolvimento a ordem imposta pelo capital. Não há como colocar o aparato militar, os órgãos burocráticos do Estado, os bancos, e o próprio Estado à serviço do socialismo, pois sabemos que tais instituições existem justamente para manter o povo em escravidão, e que este só se libertará após a eliminação total destas "ruínas". O Estado não serve, e nunca servirá de arma contra sí próprio, pois foi elaborado nos mínimos detalhes para impedir que isso aconteça;
Não devem existir setores conservadores. É necessário uma nova moral, movida pela ética socialista e pelos mais profundos desejos de justiça e liberdade. Não devemos permitir que estes setores se transformem em participantes ativos da revolução, sem que antes participem de uma revolução pessoal, onde abdiquem do moralismo reacionário para enfim terem ética e coerência libertária e socialista. Desconfiemos sempre dos falsos socialistas que carregam consigo preconceitos infundados, o moralismo reacionário corrompe o processo emancipatório;
Não devem existir pilares verticais de relação política dentro da classe trabalhadora, pois é uma classe que deve lutar e se orientar para a destruição das divisões sociais que existem e que nascem a cada momento no capitalismo, para sua própria manutenção. A verticalização do processo revolucionário tende a criar mais divisões sociais, políticas e econômicas;
Não deve existir autoridade maior que a organização dos trabalhadores, tampouco a organização dos trabalhadores deve ser maior que os próprios trabalhadores; uma vez que, se a organização sobrepõe a classe, esta torna-se massa de manobra e aquela torna-se uma vanguarda.
Não deve-se confundir organização centro-periferia com organização revolucionária, como é proposto pelos que se dizem "vanguarda". A revolução socialista libertária deve ser na orientação "periferia-centro", e deve partir das margens da dominação social, onde nos encontramos. Não vamos destruir a relação que nos destrói reafirmando-a, ao contrário do que pregam alguns ditos socialistas,
Devemos, pois, todos aqueles que estão determinados a lutar, não deixar que nos seduzam com a falácia de que o poder, a hierarquização, a enfatização de autoridades, o desenvolvimento do militarismo, de seu poder e suas estruturas de dominação tradicionalistas e reacionárias, são ferramentas disponíveis e estão à serviço da revolução. A revolução socialista e a a revolução de todos os corações que batem nas cidades, fábricas, no comércio, nos campos, nas ocupações e em todo lugar onde impera a ditadura do capital. A revolução socialista deve ser sobretudo autogestionária, isto é, gerida e organizada pelo próprio povo, e ninguém além dele, nem partidos nem vanguardas, e deve ser guiada apenas ela ética comum, socialista e libertária desenvolvida no período pré-revolucionário.
VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL!
VIVA A ÉTICA SOCIALISTA!
VIVA O SOCIALISMO LIBERTÁRIO!
VIVA O ANARQUISMO!
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