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Emma Goldman

sábado, 4 de outubro de 2008

A Revolução só é Possível com a Conscientização

Revolução não é um ato que alguém a faz, a dirige, quando bem querer, quando achar melhor. Não. Uma revolução anarquista será de fato uma revolução bem sucedida, porque para esta realizar só é possível através da conscientização popular, ou seja, só é possível do povo, pelo povo.






Uma revolução anarquista não visa um pós-estado ditatorial, então não quer chegar à autonomia através do poder; uma revolução anarquista não é reformista, pois acreditamos e temos a convicção que o governo é corrupto, corrosivo, e apenas interfere na liberdade individual; a revolução anarquista é algo além. Assim como Errico Malatesta já havia dito, para vivermos em anarquia há de sabermos ser anarquistas. E a revolução anarquista é feita por indivíduos conscientizados pelo ideal revolucionário de emancipação popular, e pelo ideal libertário e autônomo de nos organizarmos em uma sociedade anarquista.






Então, é possível eclodir uma revolução anarquista em três aspectos:




Se nossa propaganda for intensa, trazendo adeptos ao ideal revolucionário libertário, ou mesmo não necessariamente apenas trazê-los, mas disponibilizar o ideal no cérebro do conformado, informação no desinformado e auto-estima no derrotado, fazendo com que estes não ridicularizem ou tenham uma visão de baderneiros, vagabundos dos anarquistas. E essa propaganda, além de distribuir informações do nosso cotidiano corroído, dessa injustiça em que vivemos, e aplicando o ideal anarquista, através do diálogo, através de mutirões organizados de propaganda, dentre outros meios que possam ser pensados pelos anarquistas, como também praticar a anarquia hoje em dia, isto é, praticar a autogestão. Criar pequenos núcleos “autogestionados” como exemplo da possível existência de uma sociedade anarquista, sem a necessidade de Estado, governo, leis, autoridade, etc., somado com a propaganda do diálogo, dos mutirões (já ditos acima), fazendo o indivíduo pensar mais sobre o assunto, ter um raciocínio além das fronteiras decretadas pelas autoridades, pelos governantes, e é o que elas não querem, elas não querem os indivíduos raciocinando. Querem encher o ser humano de falsas concepções, de culturas medíocres, de falso luxo, falsa felicidade, falsa liberdade. Outras idéias de propagandas são bem-vindas, restringir à uma, ou à outra, ou seria mais difícil, ou fracassaríamos. As idéias de propaganda do ideal giram em torno uma das outras, sempre uma irá completar a outra, e vice-versa, como exemplo a propaganda de diálogos, mutirões, que somados com a aplicação da autogestão, são mais precisas e mais eficazes que apenas uma; somente os diálogos e mutirões seria muito esforço para pouca repercussão, mobilização e desenvolvimento do raciocínio; somente a aplicação da autogestão seria fraco, pois são pequenos núcleos, e, a única forma de propaganda seria a mídia capitalista, a qual iria somente dizer mau, ou nem tocar no assunto. Então, mais e mais idéias de propaganda são bem-vindas e necessárias para uma boa mobilização popular.






Se, através da propaganda, nós vermos que houve uma favorável mobilização popular, e várias pessoas se aderiram, ou mesmo deixaram de descriminalizar e passaram a apoiar, seja da forma que for, podemos aplicar a ação-direta como um passo à revolução. Até na ação-direta devem ser aplicadas as propagandas - propaganda é algo especialmente necessário em qualquer das hipóteses, compreendendo como propaganda pós, ao decorrer e pró ação-direta como conscientização sobre o porquê que estaríamos fazendo tal ato -. A ação-direta deve ter toda uma organização para praticarmos o ato com excelência, e ter toda a tática de militância no ato, como precauções, mais de um plano para orientar a ação, etc. Depois de intensas ações-diretas, com toda certeza de repressão policial, com base na propaganda de descriminalização do Estado pelo povo, sendo aquele um órgão opressor, falso-democrático, quem já apoiaria o ato cresceria sua revolta, quem ainda não apoiava, seria mais um motivo para apoiar, e nos fortificar cada vez mais.






Com base nesses dois métodos pré-revolucionários (até em outros meios de organização e prática emancipacionista), e revoltando cada vez mais o povo, a revolução estaria cada vez mais perto, porém não tão perto, ainda um pouco longe. E para chegarmos lá, todo esse processo há de ser realizado, e ambos métodos serão realizados a longo prazo, e é por isso que há a necessidade de entregarmos nossas vidas para a luta pela nossa emancipação. Os métodos pré-revolucionários resultarão na revolução somente se estiverem em completa e natural harmonia, não restringindo à uns, ou à outros; dessa forma, a revolução não triunfará.






Apenas com o povo conscientizado sobre as questões sociais atuais, e como poderíamos viver na democracia-direta, autogestão, com responsabilidade, respeito, e consciência de que o apoio-mútuo nos faz progredir mais que a luta-mútua, é que a chama de revolta do povo se ascenderá, e seremos, uns e os outros, nós, o povo, seremos a nossa lenha, para a chama crescer e destruir os órgãos opressores, os castelos de gelo produzidos com nossos antigos pensamentos, culturas, e idéias fúteis de relacionamento.

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